As obras de Eliane Mourão são um constante diálogo com o espaço. Por meio de estruturas visuais, ela permanentemente revela a sua capacidade de erguer planos na direção de uma discussão entre as aparências e as essências. Existe, portanto, um caminhar permanente para sugerir transformações na maneira de ver o mundo.
Não se trata de um fazer ligado a preceitos acadêmicos de representação, mas de uma construção visual que progressivamente busca tirar de si mesmo aquilo que existe de melhor para que cada trabalho leve ao observador uma discussão poética sobre a existência.
Linhas paralelas e cores como azul e o verde, com suas respectivas tonalidades, trazem a sua percepção de uma poesia do existir para a aprimorada prática do fazer. Em uma civilização regida pela lógica e pela compartimentalização dos saberes, a sua proposta é a de trazer potencialidades integradas do olhar.
Eliane Mourão foge da lógica limitadora cartesiana e constrói tuneis, estabelecendo pontes entre aquilo que vê e o que imagina. Suas construções visuais sugerem travessias dentro de si mesma e pelos elos entre aquilo que se vê, o que se busca e o que pode ser encontrado na chamada realidade.