A poética visual de Jacy Bastos resgata ancestralidades. É um olhar para o passado carregado de pesquisa e de história. O sem entendimento da arte passa pelas territorialidades, ou seja, aquilo que está além dos aspectos físicos das regiões e mergulha em facetas históricas, sociais e culturais. Há um mergulho em dores muitas vezes sentidas e não declaradas, invisibilizadas pelo sistema. Nesse aspecto, existe a apresentação de uma multiplicidade de corpos machucados em busca de recuperação pelo plano da memória afetiva e/ou de resgate dos antepassados. Ao mergulhar, com seu trabalho presente, em um passado de lacunas e apagamentos, o artista obriga a realizar conexões de cada nova obra que realiza com as anteriores. Isso o motiva a desenvolver um progressivo amadurecimento do próprio pensar sobre o que já fez e como a arte pode promover e ampliar reflexões futuras. Dessa forma, a construção visual de Jacy Bastos leva sempre o fator humano como elemento essencial da sua proposta de rever valores e princípios, pois as escolhas de temas, de cores ou de formas passam a ser vistas em um universo maior, o das intencionalidades do artista e dos seus comprometimentos.