As artes visuais não são apenas um jogo de composição, linhas e formas. Constituem um fazer que se manifesta em um pensar sobre o mundo que comporta uma reflexão sobre o próprio sentido de realizar um projeto artístico na direção de refletir sobre como algo e feito e quais os motivos.
O trabalho de Bani constitui uma jornada em que as imagens realizadas geralmente se conectam com a história da arte em diversos aspectos. Não se trata de uma simples releitura, mas de um mergulhar no passado para um renascer mais forte, regido pela maneira de entender a arte como uma livre expressão de visões existenciais.
Nesse sentido, o uso de referências conhecidas para lhes dar uma nova significação traz consigo o entendimento de que a arte contemporânea não está somente no ato de fazer, mas, principalmente, no de considerar como aquilo que se está a produzir, dentro da técnica de cada um, está vinculado ao que está ao redor.
A arte, portanto, não se basta na estética, mas se vincula um posicionamento ético vivencial. Cada obra que surge pode então ser lida como um ato de mudança, em que criar não seja uma utopia, ou seja, o estabelecimento da ideia de uma civilização ideal, imaginária e fantasiosa, mas um plano estético de vida possível na prática.