As obras de Elaine Fontes apresentam uma identidade pela diversidade de materiais e pela maneira como eles são usados. Há um diálogo entre eles que conduz a um pensar a arte como uma forma de se manifestar perante o mundo que passa pelas escolhas do que se faz e como isso pode ser realizado. Nesse aspecto, a artista estabelece seus paradigmas. O conjunto das suas obras aponta para uma harmonia entre as cores mais quentes e as mais frias em uma composição que valoriza a conversa orgânica entre as diferentes áreas, que apresentam distintas texturas e despertam a curiosidade do observador. São provocados assim momentos de reflexão, presentes em cada trabalho individualmente e no conjunto. Existe uma aparente propensão para pensar o espaço como algo denso, infinito, profundo e desconhecido, assim como alguns movimentos curvilíneos que convidam a olhares atentos. A possibilidade de um equilibrado existir dialoga, portanto, com o pulsar da dor da vida. É nessa ambiguidade que a obra traz um pensar sobre a existência e sobre o dialogo dos seres humanos com a natureza. As composições de Elaine Fontes remetem a essas conversas, plenas de tensões, mas com possíveis momentos de paz.