Uma importante característica do trabalho de Jussi Szilágri está na possibilidade de fragmentar as suas criações e encontrar uma infinitude de trabalhos, menores na dimensão, mas que conservam o mesmo tom visceral no modo de se apresentar ao observador. Existe nas composições uma dinâmica interna que parece apontar para a busca de um local idílico, uma espécie de paraíso que teria ofertado a quem o conheceu uma ímpar experiência. Seus traços e gestos indiciam essa procura por uma Idade de Ouro a ser reinventada pela arte. O tempo das suas criações é eterno. Não existe uma temporalidade relacionada com modismos, mas uma expressão que remete ao fascinante voo de libélulas com as suas asas transparentes. Esse aspecto translúcido se faz presente principalmente nos trabalhos que demandam uma atenção maior do observador devido às sutilezas apresentadas. Cada nova criação, nesse aspecto, é mais um passo na direção de um fazer em que as camadas de tinta propiciem uma pesquisa e um aprimoramento constantes. Não se trata de falar sobre alguma coisa, mas de explorar as potencialidades da técnica de indicar caminhos de interpretação de aspectos conhecidos e desconhecidos do mundo.