O uso de recursos analógicos e digitais oferece a Luisa Libardi a oportunidade de lidar com mais possibilidades de pesquisa da própria obra. Dessa maneira, torna-se ainda mais fascinante penetrar nas conotações que cria ao trazer imagens para frente e para trás, construindo planos, jogando com focos e utilizando proximidades e distâncias. Ela cria significações renovadas sobre os sentidos da natureza e suas potencialidades, levando a refletir mais e melhor sobre si mesmo e o mundo, questionando cores, formas, temporalidades e espaços. A jornada inclui o diálogo entre técnicas, gerando um resultado híbrido porque lida com distintos saberes para gerar um novo elemento. Suas obras trazem a ideia de uma desconstrução e de uma perda do foco tradicional rumo a um novo mundo, em que distintas versões do chamado real se encontram para criar uma indagadora dimensão em que as cores dialogam e ampliam as possibilidades de observação. A artista tece, nos olhos e na mente do observador, uma rede de relações. As linhas, propostas por elementos da natureza, conversam de modo a estimular um diálogo entre cores e formas. Há ainda silêncios, áreas brancas que valorizam a capacidade de escutar. É da interação entre esses cheios e vazios que o trabalho de Luisa Libardi se alimenta.