As obras de Michaela A F têm uma grande ligação com aspectos estéticos da biologia. As construções visuais que propõe remetem a um universo orgânico pleno de conotações de vida e de metamorfoses permanentes. Parece haver um permanente diálogo entre o quela propõe e o que a natureza é. As formas arredondadas, por exemplo, trazem ao imaginário do observador úteros, células e outros microrganismos. Não se trata de uma tentativa de imitação realista ou mesmo de uma reprodução estilizada ou simbólica, mas de um procedimento visual que conecta a artista com a natureza. A sua pesquisa inclui um caminhar pelas veredas da composição, das formas e das cores e suas tonalidades. O percurso não é de repetição de padrões, mas de exploração de potencialidades de estruturas plásticas. Isso significa um andar pela arte sem compromissos com estilos, mas com convicção pelas procuras. A dinâmica íntima dos trabalhos de Michaela A F não de estaticidade. Pelo contrário, os elementos que coloca nos seus suportes apresentam potencialidade de movimento. É mentalmente convidativo pensar onde estavam antes do instante apresentado e para onde podem ir pela interpretação de cada observador.