Escadas surgem nas obras visuais de Paulo Bach de diversas maneiras. Estão associadas a verticalidades, indicando movimentos para cima ou para baixo que remetem, por exemplo, a harmonia quebrada entre os seres humanos e os deuses. Nessa perspectiva, ela pode ser pensada como instrumento de evolução pessoal e de ascensão espiritual. Uma das principais características dos trabalhos o artista está em lidar com a escada como uma potencialidade simbólica, relacionada a objetos ou seres humanos, estabelecendo um olhar sobre o mundo em que tudo é relativizado e considerado ilusão, pois cada ato criativo ganha forma enquanto objeto estético. Portanto, quando se passa entender a arte como representação, todo trabalho visual ganha na exploração de seus sentidos conotativos e simbólicos. A técnica pode assim ser utilizada como maneira de pensar em uma perspectiva plena de sentidos a serem descobertos. Cada obra passa então a ser um portal a ser desvendado. As escadas deixam de ser meras construções, feitas de materiais diversos, para constituir uma alegórica visão plástica de ascensões e descidas que pode gerar esperança, medo, angústia, ansiedade ou temor, entre outras percepções. Tudo depende de quem vê as sutis pinturas de Paulo Bach e como se relaciona com elas.