A pesquisa visual de Zizi Pedrossa é uma mescla entre a pesquisa e o lúdico. Existe a busca por ler e ver muito assim como a preocupação de estar sempre a manter a pureza do olhar de uma criança, que enxerga tudo como se sempre fosse novo, o que amplia as originalidades do fazer e do interpretar. Nesse sentido, as obras oscilam entre alguns olhares mais serenos e meditativos e trabalhos mais viscerais, que remetem a seivas de caules a explodir devido ao uso de tonalidades mais elevadas das cores. É possível assim rever permanentemente os trabalhos à procura de detalhes. Observando os trabalhos, é possível ter a percepção de que se está permanentemente perante um fluxo em que o espaço tanto traz memórias afetivas individuas e coletivas como a busca por um aprimoramento formal de algum gesto, figura ou material que possa gerar algum efeito diferenciado. A experimentação é, por esse ponto de análise, um fenômeno permanente e complexo. A artista parece ter um dínamo interno que a leva a buscar sempre o novo em um processo de constante inquietação que motiva a observar o que está ao redor sem se repetir, pois cada detalhe é a possibilidade de refazer a própria concepção de mundo.